Serás tu?
Tomas a iniciativa de montar o puzzle? Arriscas dar o primeiro passo?
Para muitos há já algum tempo que se perdeu por completo o conceito de família, de colectivo, o espírito de camaradagem e de entreajuda. Perdeu-se essencialmente a capacidade de organização, de reunião e de convívio em prol, não de apenas de um Grupo e de um Clube, mas sobretudo de uma família, sem laços de sangue mas com um sentimento comum de harmonia e de orgulho entre todos.
Vivemos numa sociedade generalista, que presta vassalagem e verte lágrimas de crocodilo quando alguém sobe a um palco, quando alguém faz playbacks, quando profetas da má-língua debitam e destilam ódio encenado e embrulhado em doces palavras de conforto, quando alguém age com tons e tiques predominantes de crueldade. Riem-se e fazem de alvo de regozijo aqueles que teoricamente são mais fracos.
E a sociedade, essa, estagna, mantém-se impávida, serena e perplexa, vendo a carruagem passar, cada vez mais longe, sem deixar uma réstia de esperança a um povo sofredor, outrora lutador, que comodamente e em conformidade com o estado de espírito próprio que a era actual implementou, vai resistindo, mas que não arranja alternativa viável e credível para quebrar e ultrapassar a barreira. Então, prefere assistir de camarote, ridicularizar, generalizar, fazer parte da maioria que adopta uma postura defensiva quando está na corda bamba e que contra-ataca sem dó nem piedade quando se trata do vizinho do lado.
E é aqui que entramos nós, os “desgraçados”, os “vândalos”, os “delinquentes”.
Será justo apelidarem-nos assim?
Façamos um balanço do estado actual do país, onde corruptos metem ao bolso, vigaristas abrem falência e fogem para paraísos financeiros, pedófilos e assassinos passam impunes, inerentes a uma lei, que apenas é aplicada ao Português “banal”, o Zé Povinho, que sem meios e recursos lá terá que dar o corpo ao manifesto.
Reformulando a questão. Será justo rotularem-nos dessa forma?
E reentramos nós. Portugueses orgulhosos das nossas origens, bairristas, por vezes extremistas na defesa de um ideal, conscientes, sem Santos e virgens ofendidas, com bastantes pecadores, mas com cabeças pensantes, um ponto de vista sem ficcionismos e uma racionalidade suficiente para saber separar o trigo do joio. Essencialmente, para não generalizar, para não tomar a parte pelo todo, para não adoptar a postura do crítico de hoje em dia, que intervém sem ser chamado e que faz das palavras balas à queima-roupa.
Mas… e a Família? Já dizem os “velhinhos”, que ‘a união de um rebanho obriga o leão a deitar-se com fome’.
Muitos de nós tiveram a oportunidade de viver as duas fases do Grupo, de sentir o contraste entre o Séc. XX e o Séc. XXI. Outros, por falta de oportunidade, pela idade, pelo momento da vida, só tiveram oportunidade de entrar depois.
E por isso, fará sentido existir diferenciação? Fará sentido também, numa altura crítica (nas duas vertentes da palavra) e festiva do Grupo, existir divisão? Separação? Distinção de ideias por birras e conversas deixadas a meio?
É perceptível e verídico que a solidariedade e a vontade moldam a união. Também o é, quando num Universo pequeno iremos ser apenas meros pontos de vista se predominarem as barreiras, quando juntos, unidos, seremos a realização e a concretização de um propósito, de um projecto, utópico para muitos, mas bastante realista e perfeitamente atingível para nós. É a triste sina com que infelizmente nos deparamos nesta fase.
É difícil lutar sem um voto de confiança, sem uma palavra de conforto, sem uma força e sem um incentivo que estimule à implementação de novas ideias, mas dá-nos prazer, saber que o fazemos em prol de um Movimento, de uma Cultura, de um ideal comum, em qualquer ponto do Estádio, em qualquer local do Mundo.
Importante, é que mesmo que muitos de vocês estabeleçam um novo vigor na nossa realidade, mediante as vossas opiniões e convicções, nada disso quebre e/ou se sobreponha à nossa vontade em fortalecer os laços de amizade e de união, não só na hora da verdade, mas sobretudo no dia-a-dia, na consonância com um destino incerto e com a consciência de que a vida são dois dias. Um é para pintar o tifo e o outro é para dar espectáculo na bancada.
É por isto e por muito mais, que estamos JUNTOS, ou que pelo menos damos condições para que todos sintam isso e não se inibam à irreverência característica de um Red Boy.

E tu, arriscas montar a primeira peça? Arriscas tomar a iniciativa?
2 Responses
  1. Anónimo Says:

    LINDO, LINDO, LINDO. Bom trabalho rapazes. Continuem!!!


  2. Anónimo Says:

    O texto está 5*, é tempo de União.


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